15 de dez. de 2010
the same mistake
A dor de perder alguém pode ser resumida em apenas uma palavra e essa palavra é corte .
Até hoje eu já tinha feito dois cortes. O primeiro doeu. Foi a maior dor da minha vida.
A lâmina estava ali, parada durante 6 anos e eu nunca havia me cortado, até que por um pequeno descuido me cortei. Eu realmente não sabia o que fazer. A dor era tanta, mas tanta e como era meu primeiro corte eu não sabia o que fazer. Eu vivia em função deste corte e eu realmente acho que foi por isso que ele demorou tanto tempo para cicatrizar e eu aceitar aquela marca em meu corpo.
O segundo corte nem doeu tanto. Eu já sabia o que fazer para que ele cicatrizasse mais rápido. É claro que eu estava com raiva por ter me cortado novamente, mas como eu estava cuidando bem deste corte, a cicatriz nem iria ficar tão grande assim.
Hoje foi o dia do terceiro corte.
O terceiro corte... a princípio ele não doeu absolutamente NADA! Era apenas um incômodo. As lágrimas que saíam de meus olhos e escorriam por minha face não eram de dor, eram de decepção. A decepção por ter me descuidado novamente e ter me cortado mais uma vez. E conforme a minha decepção ia se tranformando em raiva e depois em tristeza, parecia que o corte ia aumentando, ia ficando mais profundo. A minha única vontade era de ficar vendo o sangue jorrar, e ensanguentar toda a região do meu peito, depois minha barriga, minhas pernas , meus pés... e eu realmente sabia o que iria acontecer se eu não cuidasse daquele ferimento logo... o que antes era apenas um incômodo se transformara em uma dor insuportável. Eu sabia que se eu não cuidasse desse corte logo ele iria inflamar, demoraria mais para cicatrizar e a marca deichada em meu corpo seria gigantesca. Mas eu precisava deichá-lo do jeito que estava.
Eu não me orgulho de ter me cortado pela terceira vez. Me orgulho de ter a terceira lâmina aqui, ao meu lado. A partir de hoje eu a carrego para todos os cantos. Durmo ao lado dela, escrevo ao lado dela. e quando saio de casa, a levo em meus bolsos, minha carteira ou em minha bolsa. Eu simplesmente preciso da lâmina presente a todo instante para eu me lembrar do meu profundo corte, das minhas lágrimas de decepção e principalmente para me lembrar de como não me cortar pela 4ª vez.
O nome das três lâminas? A primeira se chamava amor. A segunda se chamava paixão ou então desejo. A terceira... bom , essa se chama amor incondicional , mas eu prefiro apelidá-la de Bruno.
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